Modelos de caixas para abelhas sem ferrão

Caixa rústica, cúbica
Ao conversar com meliponicultores mais experientes, nos damos conta de que eles falam de diferentes modelos de caixa. Eles debatem sobre qual o modelo melhor, ou mais adequado, para alguma espécie. Tem alguns que preferem um modelo específico, outros gostam de variar bastante. E ao falar desses modelos, utilizam-se de diferentes siglas e nomes, que para um iniciante ou alguém com menos experiência podem ser um tanto misteriosos. Vamos ver então, aqui, os principais modelos que são utilizados, principalmente na nossa região.

Caixas rústicas
Trata-se de qualquer caixa que não segue um modelo específico, geralmente sem divisões internas. Normalmente são simples caixas de madeira, que podem ser cúbicas, altas, alongadas, de vários formatos. São as caixas mais tradicionais do Brasil, e continuam sendo muito usadas, na maioria, por pessoas que possuem poucas caixas e não se dedicam muito à meliponicultura. Porém, com o tempo, várias pessoas fizeram melhoras nessas caixas rústicas, colocando divisórias ou repartindo-as em módulos, para facilitar o manejo. Daí surgiram os diversos modelos que temos atualmente.
Caixa horizontal com divisão

Caixas horizontais
Consistem normalmente em uma caixa única, com ou sem divisória interna, onde os discos se concentram em uma região, e a reserva de alimento se localiza ao lado.

Caixa horizontal "Huberto Bruening"
É um tipo de caixa horizontal, o mais utilizado nas regiões norte e nordeste do país. Ela tem uma divisória interna delimitando o espaço dos discos de cria. Normalmente, a entrada da caixa leva para essa região de ninho. A divisória tem furos ou outro tipo de abertura, para garantir a passagem das abelhas para a região dos potes de mel.

Caixas verticais
São todos os modelos de caixa, nos quais o ninho se situa na parte inferior, e a reserva de alimento acima do ninho. Raramente são caixas inteiramente ocas, mas normalmente são divididas em módulos, conforme o modelo.

Caixa modelo INPA com ninho,
sobreninho e melgueira
Caixa FO / INPA
A sigla vem do seu autor, Fernando Oliveira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Muitos se referem a este modelo apenas como INPA ou apenas como Fernando Oliveira. O modelo consiste em, pelo menos, três módulos: um ninho, um sobreninho, e uma melgueira. Os módulos são empilhados um em cima do outro, e possuem divisórias com aberturas para a passagem das abelhas. A abertura entre ninho e sobreninho é grande e central, para possibilitar o crescimento dos discos de cria para cima. Entre sobreninho e melgueira, há pequenas aberturas, em toda a superfície ou apenas nos cantos, permitindo a passagem apenas das abelhas, mas não do ninho em si. Assim, a melgueira irá abrigar apenas os potes de mel, já que os potes de pólen normalmente ficam dispostos normalmente ao lado do ninho, nos módulos abaixo.

Caixa AF
Caixa modelo AF: as divisões não
são visíveis externamente
O nome do idealizador desse modelo é Ailton Fontana. Esse modelo é similar ao FO/INPA, com a diferença de os módulos serem inseridos numa caixa inteiriça com abertura lateral e superior. A vantagem é que essa caixa fica mais segura contra algumas pragas, por ter menos frestas quando fechada. A divisão dos módulos funciona igual à descrita acima, com ninho, sobreninho e pelo menos uma melgueira.

Caixa JCW
Esse modelo recebe a sigla do seu autor José Carlos Wegrzinoski. Consiste em módulos, assim como a caixa INPA porém, as melgueiras não ficam em cima do ninho, e sim do lado. Tem os módulos de ninho e sobreninho, como os dois modelos acima, mas na base há aberturas que levam para os módulos de melgueira ao lado.

Como os meliponicultores são um povo criativo, é possível que existam vários outros modelos que não se encaixam exatamente em nenhum destes. Resta dizer que para as abelhas, desde que haja espaço suficiente, mas não demais, para a espécie, o modelo não importa. Quem deve se importar é o meliponicultor, pois dependendo do modelo, a manutenção pode facilitar a divisão das colmeias, a colheita de mel, ou o acondicionamento ornamental da colmeia. Assim, depende do objetivo do meliponicultor, qual o modelo a ser utilizado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário